quarta-feira, 4 de abril de 2012

DA SOLITUDE


Há pouco tempo, li uma reportagem, em um dos conceituados jornais de minha cidade, assinada por uma médica psicoterapeuta, sobre o tema “solitude.”

Considerei suas dignas palavras relevantes, e fiquei a pensar no assunto durante um bom tempo. A matéria me atirou ao lugar onde eu estava no momento: completamente só! Por esta razão me foi tão fácil absorver sua linha de pensamento a respeito daquele assunto.

Quando estamos sós, nos recolhemos para melhor conhecer nossa essência; a nossa natureza íntima, que jamais é exposta a qualquer pessoa. Durante a solitude, temos a capacidade de não nos condenar ou julgar. Queremos nos dar atenção. Desejamos entender, de alma aberta, o que nos afeta e o que nos faz falta. Somos um poço de cuidados voltados para nós mesmos. Temos a possibilidade de um reencontro, que muitas vezes adiamos por falta de tempo, por falta de solitude. Essa leveza que nos permitimos sentir, com o propósito de aninharmos à nossa quietude para escutar a voz de nosso coração!
Quantas pessoas perdem esta oportunidade e ficam entediadas simplesmente por não terem a capacidade de, neste momento, se entregar à mercê do aprendizado deste acalento?

É importante estar só, de vez em quando. Não há mal algum, pelo contrário, nos faz bem. Porque nos aconchegamos e reconectamos com a nossa fonte interna e recarregamos as nossas baterias, tão gastas pelo nosso dia a dia que já é tão tumultuado. Nosso tempo é de nosso trabalho, é das pessoas que estão à nossa volta, é dos problemas que enfrentamos. Mas jamais nosso tempo é dedicado a nós mesmos. Ou temos de dividi-lo, ou, então, esquecemos de que também nós o merecemos, todo nosso!

A solitude nos remete a um estado de complacência; podemos ser tolerantes e capazes de entender nossa conduta de vida. Podemos caminhar nossos caminhos, podemos viver o nosso próprio movimento, podemos saber de nós mesmos. E é assim, na calma de quem pode saber de si e de seus caminhos, que entendemos a importância de “estar só”, para compreender melhor nossas vitórias e derrotas.

Na solitude, somos o que somos, podemos o que queremos, buscamos aquilo que sabemos que merecemos!


2 comentários:

  1. Artistas como você, Bebete Alvim, sabem bem o que é sentir isso não é mesmo? O mais mágico disso tudo, é a capacidade de fazer dessa "solitude" fonte de tamanha inspiração, nascendo daí tesouros literários. Parabéns minha amiga! Mais umas preciosas letras que guardarei em meu baú de estórias de Bebete Alvim!

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  2. Ah! Minha amiga adorável, tb grande escritora, Cláudia!
    Parceira em nosso Blog "Estória com H".
    Agradeço essas suas considerações que, sei, vêm de seu coração
    tão amigo...
    Ainda bem que esse seu baú não tem fundo!!!
    Beijos com minhas saudações literárias.

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