quinta-feira, 22 de março de 2012

DA QUIETUDE QUE VEM NUM BATER DE ASAS



Há pelo menos uma vez na vida em que você se recolhe das suas turbulências, pega um bom livro e se deita numa rede na varanda de sua casa, ou na varanda da casa de um parente ou amigo. É ali que você quer estar um bom tempo...

A tarde está caindo e você ainda continua a sua leitura, agora que a rede não se move um milímetro sequer, e nada à sua volta parece ter movimento qualquer. A Terra parou de girar. Só os seus olhos se movimentam, linha por linha, e seus dedos folheiam, silenciosamente, cada página do livro. No entanto, seu coração se agita frente ao drama que você está lendo. Não é a sua história, mas a de um personagem que lembra você. Não é a sua vida, mas a vida deste protagonista que faz lembrar a sua. Então você repousa o livro no peito, olha para o céu que se descortina à sua vista, e procura entender as semelhanças... E assim você fica um bom tempo...

Mas o seu coração está inquieto, e, sem perceber, a rede começa a balançar um pouquinho só: pra lá e pra cá. E, no ritmo de seu movimento, você tem lembranças que gostaria tê-las esquecido de vez. As turbulências voltaram por conta de uma história!

“E de repente comecei a ouvir um bater de asas, bem próximo. Olhei ao redor e pude encontrar, pousado sobre um galho de uma árvore, um canarinho belga, que ali fez o seu pouso.

Coloquei o livro de lado. Fiquei quieta, somente olhando o pássaro por um bom tempo! Nem me dei conta de quando ele alçou voo...”


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